quarta-feira, 14 de maio de 2014

A Cura pelo Amor

A Cura pelo Amor

A Origem da Vida

Por: Fernando Hartmann*

O Significado do Amor

A filosofia oriental, com seus conhecimentos milenares, nos mostra o caminho de volta pra casa, nossa essência divina. Os mestres nos conduzem ao nosso centro, nossa origem espiritual, através de suas palavras, experiências e exemplos de Vida. Lembro-me de algumas estórias sutis, profundas, que vêm do oriente. Vou citar algumas.

Certa vez, um sábio estava realizando uma palestra, quando se aproximou um homem que, um instante depois, perguntou: Quem é Deus? O mestre ficou em silêncio, com os olhos cerrados. O homem, inquieto, insistiu: Quem é Deus? Permanecendo o mestre em silêncio, atacou o visitante: - não sabe, não pode responder; assume que não tem resposta. O sábio então abriu os olhos e falou: - eu estava pedindo autorização para falar o nome de Deus...

Outra passagem é a que conta que, certa vez, Buda foi falar para algumas pessoas. Ao chegar diante do público, na praça de uma aldeia indiana, uma criança lhe ofereceu uma flor. Buda recebeu a flor, olhou para ela e para a criança e sentou-se. Entrou em êxtase espiritual e assim permaneceu por longo tempo. Várias pessoas experimentaram o êxtase. Ao retornar à sua consciência física, Buda levantou-se e se retirou...

Outro conto: Um homem buscava descobrir a “origem da vida”. Pesquisou, estudou, observou, consultou vários sábios, cientistas, por todo o mundo. Algum tempo depois, anunciou a todos que estava lançando um livro de ouro no qual revelava a “origem da vida”. No dia do lançamento, pessoas do mundo inteiro estavam presentes. O livro era grande, com inúmeras páginas, todo feito de ouro. Ele pediu para que folheassem a fim de descobrirem também a “origem da vida”. As pessoas passavam as páginas e uma surpresa: não encontravam nada escrito. Ele sugere para encontrarem a página central do livro. Nela, estava contida apenas a palavra AMOR...

Deus é um nome sagrado, um Ser Sagrado. Amor é um sentimento sagrado, sublime, a Essência de Deus, a Origem da Vida.

Nós perdemos o contato com nossa própria Origem, a Essência Divina, o Amor Divino. Somos seres sagrados, advindos do amor. Somos almas divinas em um corpo físico perfeito e mente pura, de pensamentos elevados.

No Novo Dicionário Aurélio da língua portuguesa, Amor (do latin amore) significa: sentimento que predispõe alguém a desejar o bem de outrem; sentimento de dedicação absoluta de um ser a outro; adoração, afeição, amizade, carinho, simpatia, ternura, cuidado, zelo.

Eu diria mais. Conhecedor da filosofia oriental, a qual nos coloca uma visão muito mais profunda da Vida e do Ser, indico mais um sinônimo: contemplar. Amar é contemplar! Precisamos contemplar o Amor e Amar infinitamente...

Diz Aurélio: contemplar é olhar, observar, atenta ou embevecidamente; considerar com admiração ou com amor; admirar com o pensamento; admirar, apreciar, meditar, refletir em.

Contemplar é ver e sentir com os olhos da Alma.

Quando contemplamos o Ser, a Vida, estamos preenchidos do Amor Divino, Cósmico. Tudo é belo, especial, único. Tudo é Luz, Paz, Inspiração, Prazer, Deleite, Felicidade, Alegria, Liberdade, Realização, Contentamento, Êxtase...


Amar e Ser Amado

O nosso planeta está doente, perigosamente doente! Ambição, vaidade, orgulho, medo, violência,... Isso mostra que algo está fora de equilíbrio. Esse desequilíbrio formou uma nuvem que encobre a realidade maior do ser: Verdade, Pureza, Vida, Amor...

O planeta estar doente significa um reflexo nosso, do ser humano. O ser humano está impedindo a expressão de sua natureza mais íntima, o Eu Interior. A mente humana adoeceu. Com isso, o corpo não vive e não expressa seu potencial divino. Mas o Divino permanece em nós.

Hoje, é visível o aperfeiçoamento da forma física como do cérebro. Mas, a consciência humana está aquém do possível. É como o sol em dia nublado. Ele continua lá, a brilhar, mas a nuvem nos impede de ver o sol, a Luz. E nós, o ego, nos impede de realizar o potencial divino que somos.

Hoje, desconhecemos nossa essência, nossa origem. Desconhecemos a nós mesmos e, consequentemente, o próximo, a natureza, o universo. Isso nos causa infelicidade, sofrimento, conflito. Ficamos vulneráveis. Dos conflitos pessoais, nascem os conflitos familiares; estes nos levam aos conflitos profissionais; estes nos conduzem aos conflitos sociais; destes aos mundiais. E daí à guerra, um passo apenas.

Precisamos nos conhecer. Saber de nossa origem, ideais, aspirações. Cada qual trás em si mesmo uma história, um caminho, uma experiência, uma vivência. Ela é pessoal e intransferível. Precisamos conhecê-la. Através dela, saberemos o que fazer, por que fazer, para que fazer e como fazer para sermos divinamente corretos.

Desenvolvendo o autoconhecimento, alcançaremos a autorrealização. Realizamos nossas metas de vida. Assim, seremos felizes.

Existem vários aspectos de autorrealização. Todos igualmente importantes, que na verdade, agem entre si. O pessoal, contato consigo mesmo; o familiar, processo de interação com o meio, o qual deveria nos dar a base para as relações interpessoais positivas. O afetivo, que nos faz desenvolver nossas emoções e nossos sentimentos nobres. Existe ainda o profissional, que favorece muito para nosso amadurecimento; o social, que enriquece a troca de experiências e o espiritual, que nos conduz ao contato com a natureza e com Deus, na forma como o concebemos.

Quando não acontece esse processo de forma satisfatória, subconscientemente o Ser entra em conflito com suas buscas interiores. Surgem frustrações, desilusões, doenças – e o desamor. Se eu não amo a mim mesmo, como vou amar o próximo

Amor e Sexo

Hoje em dia, as pessoas vivem pouco o Amor, em essência. Amor se tornou sinônimo direto de sexo. Os indivíduos pensam e falam em sexo, mas não pensam em Amor. Vivemos em uma sociedade sexualizada em palavras e pensamentos, mas que não realiza o sexo saudável, que nos leva a descobertas e experiências fantásticas. Pensamos na sexualidade, mas não vivemos a amorosidade. Precisamos viver a sexualidade a partir da amorosidade, que está acima e além das paixões, do apego. O Tantra nos desperta para o Divino Amor e nos propõe o sexo sagrado.

A sexualidade é a expressão da continuidade, da sobrevivência. Quando vivemos nossa sexualidade, nos sentimos vivos, alegres, motivados, preenchidos de energia. A sensualidade é a expressão viva de nossos sentidos ativos. Quando vivemos nossa sensualidade, estamos expressando nossa sensibilidade através dos sentidos, os quais estão despertos.

A função do sexo é reproduzir, gerar. Simboliza a reprodução da vida, continuidade da espécie, mas significa também o desenvolvimento e o aprimoramento da alma. Representa a evolução espiritual.

O sexo é o reflexo do amor, expressão divina, o que é diferente da paixão, está acima das relações passionais, de posse, desejo e apego. O ato sexual deve ser um momento de amor, um verdadeiro ato de amor, um momento sublime, sagrado, o qual deve perdurar após o orgasmo físico, vivenciando o verdadeiro deleite espiritual, que permanece horas e até dias. A verdadeira relação sexual é, ou deve ser, um profundo compartilhar de sentimentos, emoções e, acima de tudo, de energias sutis, elevadas e nobres. Deve ser um belo momento, uma experiência enriquecedora, valiosa, repleta de grandes descobertas para ambos.

Da mesma forma que precisamos aprender a contemplar o sol, a montanha, o mar, uma flor... precisamos saber contemplar o encontro de duas almas buscadoras de amor, carinho, afeto, prazer, deleite, êxtase, entrega e novas descobertas. Precisamos descobrir que Amar verdadeiramente é viver plenamente. Quem vive o Amor, Ama a Vida!


Amor como Instrumento de Cura

O Amor é o maior instrumento de cura. Doença é a perda do contato com a Essência Divina existente em nós. Quando perdemos esse contato, perdemos o centro de nós mesmos. Esquecemos quem somos nós, qual o nosso caminho, quais os nossos ideais, qual nossa meta de vida. Esquecemos de nós mesmos. Temos então frustrações, desilusões, tristezas, conflitos,... que vão gerar  doenças, que vai gerar desamor.

Quando nos amamos, nos conhecemos. Amamos e conhecemos o outro. Realizamos ideais, sonhos e aspirações. Colaboramos para que o outro também realize sonhos e aspirações. Há felicidade, unidade.

Quando amamos, ajudamos o próximo, o mundo, o cosmos – a partir de nós mesmos. E somos um instrumento de cura natural, um instrumento de Amor de Deus. E podemos curar através de um gesto, um olhar, uma palavra, um sorriso, um pensamento...

Quem ama sente-se amado, saudável e feliz. E faz o próximo e o mundo igualmente amado, saudável e feliz. Quem Ama, cura!

Para encerrar, o pensamento de um ser que certamente amou a si mesmo e a humanidade:

“Pensamos em demasia e sentimos muito pouco. Mais do que máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que inteligência, precisamos de afeição e doçura.” Charles Chaplin

Fernando Hartmann

Gestão Humana & Yoga

21 - 3279-1909 / 99346-5466