A
Cura pelo Amor
A Origem da Vida
Por:
Fernando Hartmann*
O Significado do Amor
A
filosofia oriental, com seus conhecimentos milenares, nos mostra o caminho de
volta pra casa, nossa essência divina. Os mestres nos conduzem ao nosso centro,
nossa origem espiritual, através de suas palavras, experiências e exemplos de
Vida. Lembro-me de algumas estórias sutis, profundas, que vêm do oriente. Vou
citar algumas.
Certa
vez, um sábio estava realizando uma palestra, quando se aproximou um homem que,
um instante depois, perguntou: Quem é Deus? O mestre ficou em silêncio, com os
olhos cerrados. O homem, inquieto, insistiu: Quem é Deus? Permanecendo o mestre
em silêncio, atacou o visitante: - não sabe, não pode responder; assume que não
tem resposta. O sábio então abriu os olhos e falou: - eu estava pedindo
autorização para falar o nome de Deus...
Outra
passagem é a que conta que, certa vez, Buda foi falar para algumas pessoas. Ao
chegar diante do público, na praça de uma aldeia indiana, uma criança lhe
ofereceu uma flor. Buda recebeu a flor, olhou para ela e para a criança e
sentou-se. Entrou em êxtase espiritual e assim permaneceu por longo tempo.
Várias pessoas experimentaram o êxtase. Ao retornar à sua consciência física,
Buda levantou-se e se retirou...
Outro
conto: Um homem buscava descobrir a “origem da vida”. Pesquisou, estudou,
observou, consultou vários sábios, cientistas, por todo o mundo. Algum tempo
depois, anunciou a todos que estava lançando um livro de ouro no qual revelava
a “origem da vida”. No dia do lançamento, pessoas do mundo inteiro estavam
presentes. O livro era grande, com inúmeras páginas, todo feito de ouro. Ele
pediu para que folheassem a fim de descobrirem também a “origem da vida”. As
pessoas passavam as páginas e uma surpresa: não encontravam nada escrito. Ele
sugere para encontrarem a página central do livro. Nela, estava contida apenas
a palavra AMOR...
Deus
é um nome sagrado, um Ser Sagrado. Amor é um sentimento sagrado, sublime, a
Essência de Deus, a Origem da Vida.
Nós
perdemos o contato com nossa própria Origem, a Essência Divina, o Amor Divino.
Somos seres sagrados, advindos do amor. Somos almas divinas em um corpo físico
perfeito e mente pura, de pensamentos elevados.
No
Novo Dicionário Aurélio da língua portuguesa, Amor (do latin amore) significa:
sentimento que predispõe alguém a desejar o bem de outrem; sentimento de
dedicação absoluta de um ser a outro; adoração, afeição, amizade, carinho,
simpatia, ternura, cuidado, zelo.
Eu
diria mais. Conhecedor da filosofia oriental, a qual nos coloca uma visão muito
mais profunda da Vida e do Ser, indico mais um sinônimo: contemplar. Amar é
contemplar! Precisamos contemplar o Amor e Amar infinitamente...
Diz
Aurélio: contemplar é olhar, observar, atenta ou embevecidamente; considerar com
admiração ou com amor; admirar com o pensamento; admirar, apreciar, meditar,
refletir em.
Contemplar
é ver e sentir com os olhos da Alma.
Quando
contemplamos o Ser, a Vida, estamos preenchidos do Amor Divino, Cósmico. Tudo é
belo, especial, único. Tudo é Luz, Paz, Inspiração, Prazer, Deleite,
Felicidade, Alegria, Liberdade, Realização, Contentamento, Êxtase...
Amar e Ser Amado
O
nosso planeta está doente, perigosamente doente! Ambição, vaidade, orgulho,
medo, violência,... Isso mostra que algo está fora de equilíbrio. Esse
desequilíbrio formou uma nuvem que encobre a realidade maior do ser: Verdade,
Pureza, Vida, Amor...
O
planeta estar doente significa um reflexo nosso, do ser humano. O ser humano
está impedindo a expressão de sua natureza mais íntima, o Eu Interior. A mente
humana adoeceu. Com isso, o corpo não vive e não expressa seu potencial divino.
Mas o Divino permanece em nós.
Hoje,
é visível o aperfeiçoamento da forma física como do cérebro. Mas, a consciência
humana está aquém do possível. É como o sol em dia nublado. Ele continua lá, a
brilhar, mas a nuvem nos impede de ver o sol, a Luz. E nós, o ego, nos impede
de realizar o potencial divino que somos.
Hoje,
desconhecemos nossa essência, nossa origem. Desconhecemos a nós mesmos e,
consequentemente, o próximo, a natureza, o universo. Isso nos causa
infelicidade, sofrimento, conflito. Ficamos vulneráveis. Dos conflitos
pessoais, nascem os conflitos familiares; estes nos levam aos conflitos
profissionais; estes nos conduzem aos conflitos sociais; destes aos mundiais. E
daí à guerra, um passo apenas.
Precisamos
nos conhecer. Saber de nossa origem, ideais, aspirações. Cada qual trás em si
mesmo uma história, um caminho, uma experiência, uma vivência. Ela é pessoal e
intransferível. Precisamos conhecê-la. Através dela, saberemos o que fazer, por
que fazer, para que fazer e como fazer para sermos divinamente corretos.
Desenvolvendo
o autoconhecimento, alcançaremos a autorrealização. Realizamos nossas metas de
vida. Assim, seremos felizes.
Existem
vários aspectos de autorrealização. Todos igualmente importantes, que na
verdade, agem entre si. O pessoal, contato consigo mesmo; o familiar, processo
de interação com o meio, o qual deveria nos dar a base para as relações
interpessoais positivas. O afetivo, que nos faz desenvolver nossas emoções e
nossos sentimentos nobres. Existe ainda o profissional, que favorece muito para
nosso amadurecimento; o social, que enriquece a troca de experiências e o
espiritual, que nos conduz ao contato com a natureza e com Deus, na forma como
o concebemos.
Quando
não acontece esse processo de forma satisfatória, subconscientemente o Ser
entra em conflito com suas buscas interiores. Surgem frustrações, desilusões,
doenças – e o desamor. Se eu não amo a mim mesmo, como vou amar o próximo
Amor e Sexo
Hoje
em dia, as pessoas vivem pouco o Amor, em essência. Amor se
tornou sinônimo direto de sexo. Os indivíduos pensam e falam em sexo, mas não
pensam em Amor. Vivemos
em uma sociedade sexualizada em palavras e pensamentos, mas que não realiza o
sexo saudável, que nos leva a descobertas e experiências fantásticas. Pensamos
na sexualidade, mas não vivemos a amorosidade. Precisamos viver a sexualidade a
partir da amorosidade, que está acima e além das paixões, do apego. O Tantra
nos desperta para o Divino Amor e nos propõe o sexo sagrado.
A
sexualidade é a expressão da continuidade, da sobrevivência. Quando vivemos
nossa sexualidade, nos sentimos vivos, alegres, motivados, preenchidos de
energia. A sensualidade é a expressão viva de nossos sentidos ativos. Quando
vivemos nossa sensualidade, estamos expressando nossa sensibilidade através dos
sentidos, os quais estão despertos.
A
função do sexo é reproduzir, gerar. Simboliza a reprodução da vida,
continuidade da espécie, mas significa também o desenvolvimento e o
aprimoramento da alma. Representa a evolução espiritual.
O
sexo é o reflexo do amor, expressão divina, o que é diferente da paixão, está
acima das relações passionais, de posse, desejo e apego. O ato sexual deve ser
um momento de amor, um verdadeiro ato de amor, um momento sublime, sagrado, o
qual deve perdurar após o orgasmo físico, vivenciando o verdadeiro deleite
espiritual, que permanece horas e até dias. A verdadeira relação sexual é, ou
deve ser, um profundo compartilhar de sentimentos, emoções e, acima de tudo, de
energias sutis, elevadas e nobres. Deve ser um belo momento, uma experiência
enriquecedora, valiosa, repleta de grandes descobertas para ambos.
Da
mesma forma que precisamos aprender a contemplar o sol, a montanha, o mar, uma
flor... precisamos saber contemplar o encontro de duas almas buscadoras de
amor, carinho, afeto, prazer, deleite, êxtase, entrega e novas descobertas.
Precisamos descobrir que Amar verdadeiramente é viver plenamente. Quem vive o
Amor, Ama a Vida!
Amor como Instrumento de Cura
O
Amor é o maior instrumento de cura. Doença é a perda do contato com a Essência
Divina existente em nós.
Quando perdemos esse contato, perdemos o centro de nós
mesmos. Esquecemos quem somos nós, qual o nosso caminho, quais os nossos
ideais, qual nossa meta de vida. Esquecemos de nós mesmos. Temos então
frustrações, desilusões, tristezas, conflitos,... que vão gerar doenças, que vai gerar desamor.
Quando
nos amamos, nos conhecemos. Amamos e conhecemos o outro. Realizamos ideais,
sonhos e aspirações. Colaboramos para que o outro também realize sonhos e
aspirações. Há felicidade, unidade.
Quando
amamos, ajudamos o próximo, o mundo, o cosmos – a partir de nós mesmos. E somos
um instrumento de cura natural, um instrumento de Amor de Deus. E podemos curar
através de um gesto, um olhar, uma palavra, um sorriso, um pensamento...
Quem
ama sente-se amado, saudável e feliz. E faz o próximo e o mundo igualmente
amado, saudável e feliz. Quem Ama, cura!
Para
encerrar, o pensamento de um ser que certamente amou a si mesmo e a humanidade:
“Pensamos em demasia e sentimos muito pouco. Mais do
que máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que inteligência, precisamos de
afeição e doçura.” Charles Chaplin
Fernando Hartmann
Gestão Humana
& Yoga
21 - 3279-1909 / 99346-5466
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